Dimensionamento de um Reator UASB para Tratar o Vinhoto Gerado na Produção de Cachaça e Avaliação do Potencial Energético Advindo do Biogás e do Aproveitamento do Bagaço da Cana-de-Açúcar

  • Thaís M. M. Leitão Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG)
  • Yago S. Melgaço Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG)
  • Ana Paula L. Pimenta Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG)
  • Emanuel M. F. Brandt Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG)
  • Marcela R. Menezes Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG)
Palavras-chave: Alambique. Tratamento Biológico. Aproveitamento Energético.

Resumo

O estudo propôs o tratamento do vinhoto gerado durante a produção de cachaça artesanal por meio de um Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo – UASB, visando à redução da carga orgânica presente nesse efluente aliada ao seu aproveitamento energético em conjunto com o bagaço da cana-de-açúcar. A degradação biológica anaeróbia do vinhoto, rico em matéria orgânica, produz biogás, o qual trás aos produtores uma opção energética renovável de ótimo rendimento por intermédio de sua queima, restando ainda o subproduto biofertilizante para a plantação de cana-de-açúcar. Os cálculos propostos para o dimensionamento do reator foram adaptados da teoria sugerida por Chernicharo (2007) para o tratamento de esgoto doméstico. Os resultados obtidos se encontraram dentro dos limites propostos, a eficiência de remoção de matéria orgânica seria satisfatória e a quantidade de biogás gerado seria alta, o que poderia resultar em economia para o produtor.Por fim, foi proposta a substituição da lenha, que fornece calor para a caldeira do alambique, pela queima do bagaço da cana como uma alternativa renovável de fornecer energia para a fabricação da cachaça. Com base nos valores de poder calorífico inferior dos possíveis combustíveis, foi encontrada a quantidade necessária de bagaço para suprir a mesma demanda energética e o resultado dos cálculos mostrou que essa substituição também seria viável.Nesse cenário, praticamente todo resíduo gerado na produção de cachaça seria transformado em recurso energético e deixado de ser descartado no ambiente, propiciando um desenvolvimento sustentável e contínuo.

Referências

1. AMPAQ - Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade. Disponível em: . Acesso em out. 2015.

2. Chernicharo, C. A. de L. Princípios do tratamento biológico de águasresiduárias: reatores anaeróbios. 2. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2007.

3. Júnior, B. C.; Libânio, J.C; Galinkin, M.; Oliveira, M.M. Embrapa – Agroenergia da biomassa residual: perspectivas energéticas, socioeconômicas e ambientais. 2. ed. Foz do Iguaçu: FAO. 2009.

4. Morais, M. P. De; Oliveira, J. M. S. R.; Souza, M. F. De; Silva, A. R. Diagnóstico ambiental da produção de aguardente em uma cooperativa dos produtores de cachaça de alambique na região calcária do centro-oeste de Minas Gerais. UNIFOR- MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 103-118, jan./jun. 2013.

5. Nigri, E. M; Leite, W. O.; Faria, P.E. De; Filho, E.R. Produção integrada: aplicação de novas tecnologias e formas de gestão para diminuição de custos e impactos ambientais no processo de produção de cachaça. 6º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação, 11 a 15 de abril de 2011 – Caxias do Sul – RS – Brasil.
Publicado
2017-07-03
Como Citar
Leitão, T. M. M., Melgaço, Y. S., Pimenta, A. P. L., Brandt, E. M. F., & Menezes, M. R. (2017). Dimensionamento de um Reator UASB para Tratar o Vinhoto Gerado na Produção de Cachaça e Avaliação do Potencial Energético Advindo do Biogás e do Aproveitamento do Bagaço da Cana-de-Açúcar. Revista Processos Químicos, 11(22), 87-90. https://doi.org/10.19142/rpq.v11i22.412